Em um mundo onde a pequena chama da sanidade pode ser apagada com um mero sussurro na noite, como podemos nos defender da Escuridão? Algum sábio já disse que "A ignorância é uma benção.
Quanto mais você
sabe, mais você sofre", porém, é por causa da curiosidade que se caminha
para fora da caverna. Junte-se a nós nesta investigação, recolha as evidências
e siga as pistas até encontrar o Mansion of Madness, que Tá na Mesa! Mansion of Madness é um jogo (mas, bota jogo nisso!) lançado, em 2011, pela Fantasy Fligth Game (FFG), criado por Corey Konieczka, para dois a cinco jogadores. Baseado nos contos de horror do escritor americano H.P. Lovecraft, o jogo é semi-cooperativo, ou seja, enquanto uma parte joga com um grupo de Investigadores do sobrenatural, um jogador faz o papel do Guardião.

- Lovecraft? Isso não é fazer amor em inglês? Isso é jogo de sacanagem!
Calma lá, aborto elétrico. Howard Phillips Lovecraft foi um mestre da literatura de horror. Usou sua terra natal, a Nova Inglaterra, como pano de fundo de seus contos macabros. Ele é o criador do Mitos, e de clássicos como Montanhas da Loucura e, sua mais famosa história e criatura, O Chamado de Cthulhu, que deu origem a inúmeros jogos de cartas, RPG e tabuleiros. Aliás, grande parte de suas histórias se passa na cidade fictícia de Arkhan, nome usado em um certo hospital psiquiátrico, muito famoso por aí.
A arte do jogo é fenomenal. Tanto as partes do tabuleiro, que é modular, quanto as cartas e, principalmente, as miniaturas: uma mais detalhada que a outra. Todos os personagens e monstros têm uma miniatura própria. Diferente de outros jogos que usam tokens para os monstros menores (ou até mesmo para os personagens), em Mansion of Madness até o mais réles zumbi e o mais simplório maníaco têm sua figura própria.
O jogo base vem com cinco missões, mas como elas podem ser alteradas em certos parâmetros, na verdade, temos mais de 15 aventuras diferentes, fora as muitas expansões. O tabuleiro modular representa uma construção em Arkhan, onde os investigadores devem solucionar um mistério. Em cada missão, uma nova "mansão" é criada pelo Guardião para o setup inicial (Nota do Sr. Slovic: o setup é demorado, mas demorado mesmo. Recomendamos que, enquanto o Guardião monta tudo, os Investigadores joguem algo rápido como Love Letter, ou melhor, CthulhuDice para entrar no clima da loucura).
Em Mansion, os Investigadores devem resolver um mistério enquanto o Guardião deve atrapalhá-los. Em cada aposento, pode haver objetos que ajudam os pobres mortais, ou armadilhas das forças da escuridão. Há muitos quebra-cabeças para resolver. De tempos em tempos, dependendo da investigação, há uma carta que muda o ambiente, dificultando um dos lados (normalmente dos Investigadores), mas tudo pode piorar para o Guardião.
No início do jogo, o Guardião sabe seu objetivo a cumprir (que pode variar a invocar determinado monstro, enlouquecer um Investigador ou não deixar o líder do culto ser derrotado), mas os investigadores desconhecem o objetivo da partida. Somente descobrindo pistas espalhadas pelo tabuleiro é que o grupo descobre o que deve fazer para vencer. E o tempo é o maior inimigo de todos, pois quando a última carta de evento é revelada, todos (Investigadores e Guardião) podem perder.
- Mas se o Guardião sabe o que ele tem que fazer para ganhar, por que não faz isso rápido?


- RPG? Mas não é coisa do demo?
Suma, insignificante acólito da Santa Ingnorância! Primeiro, procure conhecer mais sobre a vasta e rica cultura do RPG. Depois, não dissemos que Mansion é um RPG, só que, em alguns momentos, bebe da mesma fonte. Jogando com uma certa dose de interpretação (na língua de Gygax e Arneson: Roleplay) a experiência é outra. Assim como usar uma trilha sonora de fundo. Testado e aprovado pelo casal Slovic!
Mansion é um jogo grande, pesado, caro e imersivo. Grande, pela quantidade de componentes; Pesado, pela complexidade de regras (que na verdade são simples para os Investigadores, que podem fazer duas ações de seis possíveis, mas mais extensas para o Guardião); Caro, pela qualidade dos componentes (como já falamos, são sinceramente verdadeiras obras de arte) e; Imersivo, por causa de tudo isso. Dá para se sentir entrando em uma mansão vitoriana abandonada, nos ermos de Massachusetts, onde forças das trevas podem, na melhor das hipóteses, te enlouquecer. (Nota da Sra Slovic: a imersão as vezes é tanta, que certa vez nos assustamos com alguém batendo na porta, tamanho envolvimento).
Esperamos que tenham gostado de mais um Tá na Mesa! Mansion of Madness é um dos jogos favoritos do Casal Slovic. É um jogo longo e de setup demorado, mas vale a pena. Loucura e diversão: é o que te espera. Até a próxima, e repitam conosco: "Ph'nglui mglw'nafh Cthulhu R'lyeh wgah'nagl fhtagn".